segunda-feira, 26 de maio de 2008


Nada é óbvio para as crianças...


- Professora, a água do mar não congela?

- não!

- Então na antártica o mar é doce?!!

terça-feira, 20 de maio de 2008

hiper! atividade!

“Amanhã não tem ciências, né?... Que pena... mas a gente pode continuar a pesquisa na hora do recreio!”

Seria um comentário normal se não fosse feito pelo aluno hiperativo da turma!
Sabe aquele que todos acham um problema...? Uma pessoinha tão especial, mas que não consegue se enquadrar nessa rotina intelectual, passiva e bancária... Que precisa construir e destruir o tempo todo. E precisa ter sua liberdade respeitada, porque é único! A liberdade de ir e vir. Sentar e levantar quantas vezes forem necessárias. Se mexer, balançar, conversar, correr... Só assim as coisas lhe parecem fazer algum sentido.

Seguindo uma perspectiva Frenetiana, estamos desenvolvendo projetos de pesquisa de campo. Foi a solução para uma sala tão frenética! Cada grupo escolheu um tema (dentro das limitações impostas pelo currículo) e está desenvolvendo seu projeto de pesquisa. Muito bom! Que delícia vê-los felizes.

Por que é tão difícil nos livrarmos das amarras tradicionais? Por que oprimimos esses seres tão pequenos e cheios de graça?

Enquanto catavam lagartas num pezinho remanescente de couve, na horta falida, eu imaginava outros modos de se fazer escola... Quem sabe um dia possa ter um espaço de fato educativo, formativo. Que não deforme as vontades, que não aniquile a curiosidade e que promova o desenvolvimento de todas as maravilhas que o nosso cérebro é capaz de criar!

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Paulo Freire - o mestre!


A necessária promoção da ingenuidade à criticidade não pode ou não deve ser feita à distância de uma rigorosa formação ética ao lado sempre da estética. Decência e boniteza de mãos dadas. Cada vez me convenço mais de que, desperta com relação à possibilidade de enveredar-se no descaminho do puritanismo, a prática educativa tem de ser, em si, um testemunho rigoroso de decência e de pureza. Uma crítica permanente aos desvios fáceis com que somos tentados, às vezes ou quase sempre, a deixar as dificuldades que os caminhos verdadeiros podem nos colocar.



Mulheres e homens, seres histórico-sociais, nos tornamos capazes de comparar, de valorar, de intervir, de escolher, de decidir, de romper, por tudo isso, nos fizemos seres éticos. Só somos porque estamos sendo. Estar sendo é a condição, entre nós, para ser. Não é possível pensar os seres humanos longe, sequer, da ética, quanto mais fora dela. Estar longe ou pior, fora da ética, entre nós, mulheres e homens, é uma transgressão. É por isso que transformar a experiência educativa em puro treinamento técnico é amesquinhar o que há de fundamentalmente humano no exercício educativo: o seu caráter formador. Se se respeita a natureza do ser humano, o ensino dos conteúdos não pode dar-se alheio à formação moral do educando. Educar é substantivamente formar.



Divinizar ou diabolizar a tecnologia ou a ciência é uma forma altamente negativa e perigosa de pensar errado. De testemunhar aos alunos, às vezes com ares de quem possui a verdade, um rotundo desacerto. Pensar certo, pelo contrário, demanda profundidade e não superficialidade na compreensão e na interpretação dos fatos . Supõe a disponibilidade à revisão dos achados, reconhece não apenas a possibilidade de mudar de opção, de apreciação, mas o direito de fazê-lo. Mas como não há pensar certo à margem de princípios éticos, se mudar é uma possibilidade e um direito, cabe a quem muda - exige o pensar certo - que assuma a mudança operada. Do ponto de vista do pensar certo não é possível mudar e fazer de conta que não mudou. É que todo pensar certo é radicalmente coerente.


Referência bibliográficaFREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 15. ed. São Paulo : Paz e Terra, 2000. p 36-37

domingo, 18 de maio de 2008

professor...

Ser professor é professar a fé e a certeza de que tudo terá valido a pena se o aluno sentir-se feliz pelo que aprendeu com você e pelo que ele lhe ensinou...
Ser professor é consumir horas e horas pensando em cada detalhe daquela aula que, mesmo ocorrendo todos os dias, a cada dia é única e original...
Ser professor é entrar cansado numa sala de aula e, diante da reação da turma, transformar o cansaço numa aventura maravilhosa de ensinar e aprender...
Ser professor é importar-se com o outro numa dimensão de quem cultiva uma planta muito rara que necessita de atenção, amor e cuidado.
Ser professor é ter a capacidade de "sair de cena, sem sair do espetáculo". Ser professor é apontar caminhos, mas deixar que o aluno caminhe com seus próprios pés...